"Um dos fins do silêncio que constitui a regra da minha escuta é justamente calar o amor. Nesse lugar que ocupo e almejo que minha vida acabe de se consumar, é isto que permanecerá pulsante depois de mim, creio, como um resíduo no lugar que terei ocupado" J.Lacan-Bruxelas, 1960
domingo, 22 de agosto de 2010
"Tô", restos do trabalho, ócios do ofício
Tô
Composição: (Tom Zé)
Tô bem de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Suavemente prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar
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