"Um dos fins do silêncio que constitui a regra da minha escuta é justamente calar o amor. Nesse lugar que ocupo e almejo que minha vida acabe de se consumar, é isto que permanecerá pulsante depois de mim, creio, como um resíduo no lugar que terei ocupado" J.Lacan-Bruxelas, 1960
domingo, 22 de agosto de 2010
Sobre a coragem de Freud, comentário de Gilda Vaz
É... realmente, acho que não se passa por uma análise sem entregar “de bandeja” o seu a. Deixar cair suas vestimentas, soltá-lo e, isso não se faz sem suas roupagens perversamente orientadas.
Lembrei-me de uma passagem da biografia de Freud em que, diante das dificuldades em fazer a psicanálise ser reconhecida na conservadora sociedade vienense, Bleuler diz ser bastante “respeitável” nessa sociedade para ter a coragem de Freud, e criar uma teoria como a psicanálise. Freud, judeu, naquela época, já não portava as insígnias que o comprometeriam naquela empreitada.
Lacan, no seminário O Avesso da Psicanálise, fala de Vatel, que morreu de vergonha, literalmente, pois se suicidou porque iria faltar peixe no banquete de seu patrão, o conde que oferecia uma recepção ao rei Luiz XIV. Isso é que é levar a sério o poder do mestre e o lugar da satisfação!
Ter vergonha, e não morrer disso, é suportar o real!
Gilda Vaz
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