domingo, 22 de agosto de 2010

Carta de Freud a Pfister....corajosa declaração!

À véspera de nosso encontro em que um fragmento clínico será abordado, bordado, trançado e tecido em nosso Tear 4, coloco para posteriores conversas, a corajosa declaração do sujeito Freud ao pastor Pfister, em carta a ele dirigida. Freud sugere a direção do que foi posteriormente proposto por Lacan, como “desejo do analista”, operador da análise? A direção da causa?...Coragem necessária ao analista?
“Penso, pois que a análise sofre do mal hereditário... da virtude; ela é obra de um homem demasiadamente respeitável, que se supõe, portanto, preso á discrição. Ora, essas coisas psicanalíticas só são compreensíveis quando são relativamente completas e pormenorizadas, do mesmo modo que a própria análise só avança quando o paciente desce das abstrações substitutivas até os pequenos detalhes. Daí decorre que a discrição é incompatível com a boa exposição de uma análise; é preciso ser inescrupuloso, expor-se, entregar-se como pasto, trair-se, portar-se como um artista que compra tintas com o dinheiro da despesa da casa e queima seus móveis para aquecer o modelo. Sem alguns desses atos criminosos, não se pode realizar nada corretamente.”(Freud, carta de 5 de junho de 1910 ao pastor Pfister)

Angela Porto

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