"Um dos fins do silêncio que constitui a regra da minha escuta é justamente calar o amor. Nesse lugar que ocupo e almejo que minha vida acabe de se consumar, é isto que permanecerá pulsante depois de mim, creio, como um resíduo no lugar que terei ocupado" J.Lacan-Bruxelas, 1960
domingo, 22 de agosto de 2010
De novo, momento de ver...
“O inconsciente se manifesta sempre como o que vacila num corte do sujeito – donde ressurge um achado que Freud assimila ao desejo”
Lacan,Sem 11,pag 32
A palavra “excomunhão” me tirou num contra-pé, de um dado lugar. Lugar dado, dado lugar. Dado...disse a vcs. “Os dados estão lançados”ao me referir aos dados do grupo que se formou para o trabalho do Tear 4, feitas as apostas de cada um.
No que diz respeito ao inconsciente, Freud reduz tudo o que chega ao alcance de sua escuta à funçao de puros significantes. É em função desta redução que pode aparecer, um momento de julgar e de concluir. Isso é o que se poderia chamar um testemunho ético.
“Ex/comunhão”.
Recém saída de um dado lugar, lugar dado de trabalho e dado lugar de trabalho me disponho a trabalhar de novo e repetidamente. E aqui é preciso me situar. Da rememoração à repetiçao, não há mais orientação temporal, nem reversibilidade. Não são comutativas, Lacan lembra, não é a mesma coisa começar pela rememoração para lidar com as resistências da repetição, ou começar pela repetição para ter um começo de rememoração. A função tempo é aqui de ordem lógica.
Um recorte feito no texto de Lacan, após ter ouvido e me dado conta da excomunhão me recoloca na experiência.
..."é pela repetição, como repetição da decepção, que Freud coordena a experiência, enquanto que decepcionante, com um real que será daí por diante, no campo da ciência, situado como aquilo que o sujeito está condenado a ter em falta, mas que essa falta mesmo revela.” Sem 11, pag 42
Para mim a experiência pontual e lógica do trabalho em psicanálise, teoria, clínica e vida, campo a que estou condenada a ter “em falta”, sempre “em falta”, me move, neste momento,Tear 4 afora, em diante.
Angela Porto
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