quinta-feira, 4 de novembro de 2010

De perto, ninguém é normal !




Diz Caetano que “de perto ninguém é normal”...
A análise acaba , pela sua direção, obedecendo a este princípio...
é preciso o “de perto” e “de perto” é o que persegue a abertura do inconsciente, onde a lei que vigora é a sua própria, onde a notícia da lei vem pelo significante “normal”...o que é norma. O que é norma, onde o inconsciente é princípio, é que não haja não. É que valha tudo que seja da ordem da satisfação, promovida pela pulsão, incrementada junto aos objetos pela libido, e retornada às bordas de onde partiram...
Mas...tem sempre um mas...
Em “seres humanos”, como diz Freud, é preciso colocar o sexo como aquilo que é “impróprio”.
 Impróprio porque se trata desse registro onde não há propriedade, não há eu, há mais além do prazer, onde vale tudo.
Esse ‘tudo’ tem traços da experiência primeva do sujeito marcado no seu corpo pelo gozo imantado pelo Outro experiente que o introduziu na vida pelos seus cuidados...e pela linguagem.
Impróprio, porque vem do Outro a sua marca...
Impróprio, porque aí se inserem os motivos morais vindos do Outro.
Censura, preconceito,limites, normas...e “o que é ser normal”...
...o que não interessa à psicanálise como fim, nem horizonte mas como presença e trabalho.

Angela Porto 


Um comentário:

  1. Angela
    Adorei o blog. Parabéns. Aos poucos vou lendo...ou vendo (as animações da topologia estão barbaras)
    Beijos, Yolanda

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