Negação, que diz da verdade, que a obra cinematográfica descortina.
Há filmes, que por tocarem em pontos universais da estrutura psíquica humana são como os mitos e passam a fazer parte da cultura universal e tem ai sua perenidade. Eles nos causam impacto,nos emudecem , nos fazem rir ou chorar ,quando algo projetado na tela transpassa a fantasia e nos aproxima do real indizível .
Na saída dos cinemas são comuns estes comentários: "não gosto de fime pesado ","venho ao cinema para distrair", este "diretor é louco " , "este filme deveria ser proibido".
O filme do diretor Hanecke, na magistral interpretaçaõ de Isabelle Huppert e Benoît Magimel, bate direto, sem subterfúgios, de encontro a uma necessidade profunda do ser humano de se castigar, de se fazer sofrer , de se humilhar e de se culpabilizar.
Esta é a trama da humanidade, comum da maioria dos pacientes que procuram uma terapia .
Em contrapartida a este masoquismo, dito moral, em que a sexualidade parece à primeira vista pouco implicadada, surgem aquelas situações em que as sevicias e as mutilações são efetivamente atuadas.
O filme provocu muitos comentários na época do seu lançamento . Seria ,aqui deixo como questão , por causa de que?
Por causa do estreito laço que separa a sexualidade normal da patológica ?
Pela angústia diante de um gozo insuportável que avassala as pessoas frente a certas situações ?
A devastação provocada pela figura materna na vida da personagem ?
Lucia Cunha Frota
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