terça-feira, 5 de abril de 2011

Varredura essencial: varrer,varrer,varrer...podar,podar,podar. Finalmente, escrever.



 Na primeira lição do "Ato Psicanalítico" Lacan faz um trabalho que ele chamou de 'varredura'.

"É  necessário fazer, no início do que introduzimos, uma operação, chamem-na como quiserem, de simples elucidação ou de varredura, mas ela é essencial."

Refere-se ele a todo o recorrido necessário à elaboração de um conceito.
Ao corte, que é 'ato em ato', daquilo que é excesso, para a depuração final do objeto.
E o objeto não é dado a priori, mas refere-se àquilo a que, a posteriori, se tenha chegado, esvaziado todo o caminho significante.
Vazio.
 Daí, quem sabe,
o saber viver,
o saber fazer
pode nascer a um momento dado, de uma experiência, da qual, dos seus pressupostos, o sujeito nada sabe...
Tal não seria a 'varredura' necessária ao processo de análise, na sua direção, desde o ato inaugural, que a institui na sua articulação significante à transferência, até o seu final, quando, pela 'operância psicanalítica', de ato em ato, o psicanalista a comanda, até a sua queda, cambalhota, báscula final?

Angela Porto

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