Áurea,
Não sei se é exatamente este o raciocínio, mas me parece que tudo o que ‘socialmente’ se institui a partir daí, deste arriscado e perigoso ‘jogo médico-familiar’, fica restrito aos becos sem saídas da Demanda. E aí, nesse caso:
A esse resto-criança, o que resta ? Quem o nega ? Quem o consome ?
Manter assim fechado este circuito da Demanda, fazendo-o girar apenas em torno da chama ardente do Saber e da Mestria já foi fonte de muitas outras orgias sacrificiais em nossa ‘humanidade’...
Mas quero fazer valer aqui que vivemos ainda, também, sob a égide de uma ‘não-toda’ imunidade ao desejo quando testemunhamos, em nosso dia a dia, a viabilização de um ‘outro modo’ de discurso. Este que ao modo de cada um, a qualquer momento poderá nos surpreender escrito entre nós. Este que por ser sempre inédito terá preservada sua autenticidade operando cortes na rede das cumplicidades...
Lúcia Montes
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